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Deputados lamentam fechamento de Barreiras Zoofitossanitárias no MA e alertam sobre os riscos à saúde pública

Os deputados estaduais Fábio Braga (Solidariedade) e César Pires (PV) aderem à luta pela manutenção das barreiras sanitárias, que estão sendo gradualmente fechadas no Maranhão

Os parlamentares mostraram preocupação com a decisão assumida pela Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (AGED), que deixa livre o trânsito de animais, sementes, mudas e defensivos agrícolas, em direção ao Maranhão. Com isso, a agência abre precedente para uma grave ameaça à saúde pública, à segurança alimentar e também à economia, pela perda de arrecadação.

Em seu pronunciamento na Assembleia Legislativa, César Pires alertou que a medida adotada pelo governo Flávio Dino é prejudicial tanto ao setor produtivo quanto à saúde pública, já que deixa sem controle a qualidade dos produtos de origem vegetal e animal consumidos pelos maranhenses.

“É uma situação gravíssima que nos foi relatada pela presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária, professora Francisca Neide, e pelo agrônomo Diego Sampaio, presidente do Sindicato dos Servidores da Fiscalização Agropecuária do Maranhão. Segundo eles, das nove barreiras zoofitossanitárias antes existentes no estado, cinco foram fechadas pelo governo Flávio Dino: a do Itinga (na divisa com o Pará), do Pirangi (divisa com o Piauí), da Estiva (entrada da ilha de São Luís), da Ponta da Espera e da Ceasa.” enfatizou César Pires.

“Há alguns anos, essas barreiras foram potencializadas para que o Maranhão pudesse exportar carne bovina. Com o desmonte dessas barreiras, vamos assistir a comercialização de carne sem fiscalização nenhuma. Na região de Balsas, suspeita-se que foram comprados cerca de R$ 20 milhões em agrotóxico falsificados e contrabandeados, em geral do Paraguai e do Uruguai. Isso é possível porque as barreiras sanitárias foram desmanteladas”, completou.

O deputado Fábio Braga (SD) reforçou que as barreiras são fundamentais para impedir que produtos clandestinos adentrem o território maranhense, resguardando, assim, a saúde da população.

“Essas preocupações com as barreiras sanitárias mostram o perigo, caso elas não sejam feitas no tempo ideal e com uma programação para detectar a entrada de um produto estranho no Maranhão, que venha prejudicar a pecuária e a agropecuária. Nós temos ameaças, como a mosca-negra-dos-citros e a mosca-da-carambola, que estão aqui vindas do estado do Amapá e que são um perigo iminente para as culturas, como a ferrugem asiática, que entrou através de mudas de sementes de sojas no Sul do Maranhão”, alertou.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE), mais de 60% das doenças infecciosas humanas são transmitidas do animal para o homem. Sem as barreiras zoofitossanitárias, não há como fiscalizar, por exemplo, o uso de agrotóxicos nos vegetais e o controle vacinal de animais.

 

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