Acreditar na vitória de um candidato político nas eleições de outubro deste ano se tornou um assunto milionário para o empresário Artu Oliveira, de 45 anos. Ex-apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), o morador de Grajaú no interior do Maranhão, apostou um total de R$ 1,5 milhão na vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — presidenciável, que ele afirma que ganhará a corrida à Presidência ainda no primeiro turno.
Artu conta que já fez mais de 16 apostas na vitória de Lula e diz estar decepcionado com Bolsonaro, candidato a quem deu o voto dele nas eleições de 2018. “Acredito que ele (Lula) vai ganhar, como teria ganho se tivesse conseguido disputar em 2018. Bolsonaro me decepcionou em quatro anos de governo. Votei nele na última eleição, mas acho que de lá para cá o Brasil só piorou”, desabafou.
O empresário se diz “apaixonado por política” e chegou a concorrer cargos públicos por duas vezes. Apostador recorrente, Artu afirma que o valor não coloca em risco o patrimônio da família. Entre as apostas, há cavalos, carros, caminhões e outros bens que se acumulam no valor de R$ 1,5 milhão.
Uma única aposta, porém, compreende R$ 800 mil do total de R$ 1,5 milhão. O desafio foi feito com um amigo bolsonarista de Artu, Gildemberg de Sá, de 51 anos. Gildemberg, conhecido como Berguinho, é dono de uma empresa de mineração no Maranhão.
Os dois celebraram a aposta em 1º de setembro e a registraram em cartório. Para chegar ao valor apostado, Artu apostou uma chácara de 23 hectares localizada na cidade. Já Berguinho apostou 11.111 toneladas de pedras de gesso, que custam R$ 800 mil. O documento afirma que o acordo pode ser desfeito a qualquer momento no caso de desistência de um dos dois empresários.
“Artu me desafiou porque acreditou que eu ia fugir. Para mostrar que estou confiante na vitória de Bolsonaro, aceitei a aposta com a condição de que fosse tudo registrado em cartório”, afirmou Berguinho.”Sou Bolsonaro desde criancinha”, brinca ele.
Apesar das diferenças de pensamento, os dois afirmam que cada eleitor tem o direito de “defender e votar em quem achar melhor” e repudiam qualquer ato de violência política. “Vivemos numa democracia e cada um tem o direito de defender e votar em quem achar melhor. Criar inimizades por causa de política é bobagem e entristecedor”, diz Berguinho, bolsonarista.
Artu concorda e afirmam que os dois buscam um país melhor. “No fim das contas, tanto eles, que votam em Bolsonaro, quanto eu buscamos um país melhor e mais justo. Só temos visões diferentes sobre qual candidato pode proporcionar isso”, diz o petista.