Ex-marido nega que tenha sido o mandante do assassinato de empresária e filha
Durante depoimento na Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP) na tarde desta quarta-feira (24), o ex-marido de Graça Maria Pereira de Oliveira, de 57 anos, negou que tenha sido o mandante do crime. A empresária e sua filha Talita de Oliveira Friseiro, de 27 anos, foram encontradas mortas por familiares no dia 7 de junho dentro de um carro enroladas em um lençol no bairro Quintas do Calhau, em São Luís.
O suspeito que foi preso no último sábado (20) na cidade de Imperatriz, chegou à sede da SHPP acompanhado de advogados e foi ouvido pela chefe do Departamento de Femincídio, delegada Viviane Fontenelle.
De acordo com a delegada, o ex-marido da empresária além de negar qualquer participação no crime, informou ainda que não conhecia nenhum dos outros dois suspeitos que já estão presos.
Depois de interrogado, o ex-marido da empresária foi encaminhado ao Centro
de Triagem de Pedrinhas, após cumprimento do mandado de prisão temporária expedido pela Justiça.
A delegada explicou que a prisão tem duração de trinta dias e ao fim do prazo, pode ser prorrogada ou convertida em prisão preventiva.
Ainda segundo Viviane, o terceiro envolvido no duplo feminicídio, preso suspeito de ser o intermediador da negociação, que teria contratado o pedreiro para assassinar mãe e filha, também negou qualquer envolvimento no crime. As investigações devem continuar.
Investigações
Na última segunda-feira (22), durante entrevista coletiva, a delegada Viviane Fontenelle informou que o ex-marido da empresária foi apontado pelas investigações como suspeito de ser o mandante do duplo feminicídio e esclareceu que a principal motivação do crime teria sido ganhos de uma disputa judicial recebidos por Graça Maria, como a posse de uma empresa e um terreno de alto valor.
Ainda segundo a delegada, o autor do crime trabalhava como pedreiro em uma obra ao lado da residência das vítimas, e confessou ter sido contratado para assassinar mãe e filha pelo valor de R$ 5 mil reais. O suspeito era conhecido da família e tinha livre acesso à casa da empresária, por isso, conseguiu entrar no imóvel sem levantar qualquer suspeita.
As investigações apontam ainda que assim que entrou na residência, o autor do duplo feminicídio matou primeiro a mãe asfixiada, e logo depois a filha, também por asfixia, além de vários golpes na cabeça.
A análise de imagens revelou que o homem saiu da casa das vítimas por volta de meio dia do sábado (6). Na ocasião, ele carregava uma pequena bolsa, uma maleta de ferramentas e um celular.
Depois do crime, o autor vendeu o aparelho celular no bairro da Divinéia, em São Luís. O dispositivo foi então localizado pela Polícia Civil, que com a ajuda do Grupo de Serviço Avançado (GSA) da Polícia Militar, conseguiu também identificar o suspeito.
Um terceiro envolvido foi preso pela polícia na última segunda-feira (22) no bairro do Jaracati, em São Luís. Segundo as investigações, o suspeito era chefe da obra que estava sendo realizada ao lado da casa das vítimas e agiu como um intermediador entre o mandante, o ex-marido da empresária e o executor do crime.
Viviane Fontenelle contou ainda, que o intermediador inicialmente ofereceu um valor de R$ 3 mil ao pedreiro, que não aceitou e fez uma contraproposta para a execução do crime, uma quantia de R$ 5 mil reais, que acabou sendo aceita.
Entenda o caso
Os corpos de Graça Maria Pereira de Oliveira, de 57 anos, e Talita de Oliveira Friseiro, de 27 anos, foram encontrados enrolados em um lençol dentro um veículo na garagem da residência das vítimas, no dia 7 de junho, no bairro Quintas do Calhau, em São Luís.
De acordo com as investigações da polícia, a empresária foi amarrada e asfixiada. Já a filha, além de sofrer asfixia, tinha várias lesões corporais pelo corpo. No imóvel, não foram encontrados sinais de arrombamento.
As vítimas foram encontradas por parentes, que estranharam o sumiço das duas e resolveram procurá-las.