A ferrovia Norte Sul, uma das obras públicas mais caras do governo de José Sarney quando ocupou a Presidência da República (1985-1989), avaliada em US$ 2,4 bilhões, foi uma das propostas para o setor de infraestrutura. Iniciada em 1987 a via férrea pretendia maior integração nacional, diminuindo custos, e interligando as regiões Norte e Nordeste ao Sul e Sudeste do país. No seu projeto original a Norte Sul previa ligar o Maranhão ao Rio Grande do Sul. Atualmente, seu traçado efetivo vai de Açailândia (MA) a Estrela d’Oeste (SP).
A ferrovia, que nasceu sob denúncia de corrupção já no edital e batizada de obra que “não ligaria nada a coisa nenhuma”, em construção há 30 anos, hoje conecta os dois extremos do Brasil.
O trecho que irá a leilão tem 1.537 km e vai de Porto Nacional, no Tocantins, a Estrela d’Oeste, em São Paulo é prioridade na agenda do governo Bolsonaro. A ferrovia é um dos principais projetos para escoamento da produção agrícola do País. O edital prevê 30 anos de concessão e proíbe a prorrogação do contrato após o término.
O lance mínimo para o leilão está previsto em R$ 1,35 bilhão e os investimentos obrigatórios no prazo de dois anos são de R$ 2,8 bilhões.
Segundo o governo, 95% da ferrovia já está concluída. O trecho que ainda não está em operação é o que vai de Ouro Verde de Goiás (GO) a Estrela d’Oeste (SP) e deve ser concluído pela pela Valec, estatal responsável pelo setor ferroviário e pela construção da Norte-Sul.
Depois que assumir a concessão, a empresa ou consórcio que vencer o leilão terá que concluir alguns serviços de acabamentos ou instalação de trilhos, mas não terá nenhuma obra de infraestrutura para finalizar.