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Brasil

Flávio Dino quer disputar a presidência com apoio de Sarney e Lula

Junior Castro

Flávio Dino quer disputar a presidência com apoio de Sarney e Lula

O ano de 2022 ainda está longe, mas o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), já tem um plano para chegar lá como um candidato de esquerda viável ao Palácio do Planalto: usar o argumento da conciliação a favor dos interesses da nação em detrimento das ambições individuais.

No programa “Roda Viva”, da TV Cultura, Dino insistiu em se apresentar como um apaziguador, um político que “não impõe” agendas. Alguém capaz de agregar pessoas com visões de mundo distintas, desde que democráticas. Se as esquerdas estão divididas, ele se oferece para construir as pontes necessárias para “uma frente ampla”.

Quase toda frase que profere é pontuada por palavras como “convergência”, “consenso”, “união”, “diálogo”, “aliança”. Afinal esse é o comunista que foi reeleito com o apoio do DEM e de outros 15 partidos.

Usando sempre menções pontuais de passagens bíblicas ele busca conquistar e ser ouvido por um tipo de eleitor cada vez mais influente no Brasil: o conservador evangélico. Dino se diz católico apostólico romano.

Dino defende o “Lula Livre” e diz, ao mesmo tempo, que a esquerda deve se aliar. É por essa razão que ele aceita dialogar com seu adversário histórico, o ex-presidente José Sarney a qual o governador já teve um encontro e vem mantendo um dialogo de aproximação com o anfitrião da família Sarney. E com FHC. E com Nelson Jobim.

Em entrevista publicada na edição mais recente da revista IstoÉ, Dino fez elogios a Sarney – até outro dia apontado por ele como responsável por meio século de atraso do estado. Durante a entrevista o atual governador do Maranhão, defendeu o ex-presidente José Sarney como “uma liderança política importante”. 

A estratégia de Dino consiste também em nunca isolar o PT. “Os petistas aceitariam apoiar um outro presidenciável que não alguém de suas fileiras?”, um dos jornalistas pergunta.

O governador lança uma resposta esquiva: “Nós não podemos impor, de saída, que o PT abra mão de lançar seus quadros em várias eleições. Por outro lado, é claro, nós temos que buscar que haja uma pluralização dos porta-vozes do campo nacional-popular”.