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Locomotiva acima da velocidade bate em trem da Vale carregado de minério no MA

Um acidente foi registrado e filmado neste domingo (21), entre um trem cargueiro carregado de minério e uma locomotiva da Vale, ambos da mesma mineradora. O fato ocorreu na altura do município de São Pedro da Água Branca, que faz divisa com o Pará.

No vídeo de aproximadamente um minuto, um trem cargueiro passa carregado de minério em velocidade moderada em um trecho em que a Estrada de Ferro Carajás (EFC) é duplicada. Logo em seguida, no mesmo sentido e no mesmo trilho aparece uma locomotiva em velocidade bem superior à do trem cargueiro. Ela se aproxima rapidamente até o momento do impacto, ficando o trem com o último vagão parcialmente destruído e parte do minério sobre o trilho.

O local do acidente, é um trecho onde é necessário a ação da locomotiva como uma força extra, sendo acoplada na parte de trás, para empurrar o trem.

De acordo com informações de técnicos da área, a ação da locomotiva é recorrente naquele trecho entre São Pedro e Açailândia

Carregado de minério, o trem é empurrado por duas locomotivas, uma no início e outra no meio. Todavia, apesar desse esforço, no trecho entre São Pedro e Açailândia há subidas que levarão suas locomotivas ao limite de suas capacidades. São as chamadas “Colinas de Açailândia”, que ficam a 240 metros acima do nível do mar.

A locomotiva extra é chamada de “Helper Dinâmico”, que precisa manter a velocidade de cerca de 30 km/h na hora de ser “acoplada” e serve como força extra para o trem não parar nos 130 km da colina.

De acordo com técnicos da área a locomotiva é necessária ser acoplada na parte de trás do trem.

“Se a gente não colocar uma máquina extra acoplada ao trem, ele não consegue subir em função de seu grande peso e tamanho”, explica o maquinista Miguel Ferreira da Costa.

De acordo com informações, a operação precisa acontecer com muita precisão. A locomotiva não pode aproximar com muita velocidade e nem pode ir muito lento, senão não alcançará o trem. Há um trecho pré-determinado para acontecer o acoplamento e só há uma chance para isso acontecer. Para evitar a batida, há um medidor de distância a laser. Ao se aproximar da cauda do trem, um feixe de laser é transmitido até a traseira do último vagão e a sua reflexão é captada por um sensor. Medindo-se o tempo de retorno gasto pela luz refletida, o sistema permite que seja calculada a distância até o trem à frente e o controle da velocidade da locomotiva helper. Assim, o acoplamento ocorrerá sem o descarrilamento do trem.

Aproximadamente 8 minutos após a passagem pela locomotiva helper, o trem de 3,4 quilômetros de extensão e 40.000 toneladas passa a tracionar forte e, assim, consegue vencer a Colina de Açailândia.

Para que o acidente deste domingo tenha ocorrido, houve falha, mas não se sabe ainda se foi técnica ou humana.

 

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