Em depoimento à Polícia Civil nessa quinta-feira (26) a mãe do bebê Jonathan Alves dos Santos, que está desaparecido desde a última sexta-feira (21) no município de Belágua, relatou que o pai, a tia e o avô da criança teriam entregado o menino para outra família. Segundo a mãe, ela estaria sendo ameaçada e pressionada pela família do marido a doar o filho.
A mãe do bebê contou que o pai de Jonathan, Tadeu Nascimento dos Santos, não queria ter o menino e sempre a pressionou para que ela não tivesse a criança. Durante o depoimento, ela disse que na noite do desaparecimento, ela teria sido dopada e por isso, não percebeu o momento em que o bebê foi levado.
Segundo a polícia, a mãe de Jonathan foi aconselhada pelo seu pai a procurar a polícia para contar a sua versão sobre o caso. De acordo com o delegado Armando Pacheco, ela já havia prestado depoimento antes e tinha negado qualquer participação dela ou da família no sumiço da criança.
“A mãe procurou a Polícia Civil por volta das 23h, aconselhada pelo pai dela e nos contou que seu marido [Tadeu] estava há algum tempo tentando convencer ela a doar a criança para alguns familiares que moram em outra cidade. Ela vinha relutando nisso e nos trouxe esse fato à polícia e por conta dessas contradições nos depoimentos, juntamos todos esses elementos de prova e pedimos a prisão temporária dos três, o pai, a irmã e o avô paterno. Nós acreditamos que eles participaram dessa trama que possa ter culminado na doação da criança”, conta o delegado.
De acordo com as investigações, era difícil acreditar que um bebê poderia desaparecer sem levantar suspeitas, de uma residência onde moravam outras dez pessoas. Além disso, durante o levantamento das primeiras pistas sobre o caso, foi apurado que a família teria dito que queria ter doado o bebê, sendo este detalhe a chave usada pelos policiais para desvendar o envolvimento dos familiares com o sumiço da criança.
Na quarta-feira (26) foram presos temporariamente por envolvimento no caso, o pai do bebê Tadeu Nascimento dos Santos, a irmã dele Marilene Nascimento dos Santos e o pai Raimundo Alves dos Santos. As prisões são válidas por cinco dias.
As investigações continuam e o objetivo da polícia é tentar descobrir para onde o bebê de dois meses foi levado. “Agora o objetivo maior é localizar a criança, para onde ela foi levada e esclarecer todas as circunstâncias que ocorreram no seu desaparecimento”, disse o delegado Armando Pacheco.