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Brasil

Manoel Gomes, autor do fenômeno ‘Caneta azul’, prepara turnê nos EUA e é festejado por Ivete Sangalo e Léo Santana

Redação

Manoel Gomes, autor do fenômeno 'Caneta azul', prepara turnê nos EUA e é festejado por Ivete Sangalo e Léo Santana

Está difícil falar com Manoel Gomes. Anda lotada a agenda do compositor maranhense — que estourou em 2019 com o hit (e meme) “Caneta azul”.

Na última sexta-feira, Manoel lançou disco novo, o segundo de sua breve carreira que decolou a partir dos 50 anos. Disponível nas plataformas, “Manoel Gomes, Blue Pen” tem 27 faixas, incluindo canções que já eram virais, como “Maura”, “Eu vou deixar de ser besta” e claro, “Caneta azul”. Está lá também a nova versão de “Olha, se você não me ama”, feita em parceria com o astro do arrocha Tierry, de quem se tornou amigo. A dupla fará uma turnê pelos Estados Unidos em abril.

O convite partiu do baiano, que conheceu Manoel ano passado, quando ele estava em Salvador. Neste carnaval, o cantor de “Caneta azul” foi festejado por Ivete Sangalo (“Meu filho é seu fã”, disse a cantora do alto do trio elétrico, em Salvador) e por Léo Santana.

— Vi uma mensagem do Seu Manoel dizendo que gostava do meu trabalho e que queria ir ao meu show — lembra Tierry.

— Disse que seria uma honra, recebi ele em casa e fiz um almoço pra ele. Me deparei com um cara que é de uma pureza sem igual. Seu Manoel é um anjo encarnado.

Parceria frutífera

O almoço rendeu. Tierry convidou o novo amigo para gravarem uma música juntos. Inspirada em uma gíria quente na capital baiana, “Lá ele”, cujo clipe tem a atuação de ambos, já tem mais de 31 milhões de visualizações no YouTube. Tierry também pôs a mão na caneta e deu versos novos à canção “Olha, se você não me ama”, que abre o novo disco de Manoel e agora é assinada pelos dois.

Infância difícil

Manoel Gomes é o mais velho entre seis irmãos de uma família humilde de Balsas, município a 810 quilômetros de São Luís. Quando pequeno, ajudava o pai na roça.

— Foi uma infância sofrida, chegamos a passar fome. Quando plantava uma horta e o gato comia, era um desespero — se recorda. — Trabalhei muito. Fazia cerca de madeira, capinava na enxada, plantava macaxeira, milho e arroz.

Aos 15 anos, começou a compor — e já deu entrevista estimando que tem mais de 20 mil canções autorais.

— Se tivesse estudado música desde cedo, não tenho dúvidas que estaria famoso há muito tempo. Tem muito talento — diz Tierry.

No ano passado, num vídeo postado em suas redes, Manoel exibia, satisfeito, uma conquista que a música lhe proporcionou: uma picape zero quilômetro, branca, que descansava embrulhada em um laço vermelho no pátio de uma concessionária. “Hoje, graças a Deus, pude comprar um carro. Agora vou levar a minha mãezinha para passear porque ela merece”, disse o cantor. Com a música, o maranhense também já conseguiu reformar a casa de sua mãe e comprar um imóvel para si próprio.