Um médico da rede pública da cidade de Imperatriz (MA) foi afastado de suas funções em um hospital e está sendo investigado por suspeita de abuso sexual. O médico, cuja identidade não foi revelada, teria praticado o crime durante atendimento em um consultório médico, no Centro de Especialidades Médicas de Imperatriz, no bairro Três Poderes.
O suposto abuso teria ocorrido em junho, mas somente agora a vítima teve coragem de contar para a família e procurar a polícia para registrar um boletim de ocorrência. Em depoimento, ela contou que o médico teria trancado a porta do consultório, praticado os abusos e ainda a teria ameaçado caso ela gritasse.
Segundo a vítima, essa não teria sido a primeira vez que ela teria sofrido abusos. Em depoimento à polícia, ela disse que foi assediada pelo médico logo no início do tratamento, há três anos. A mulher contou também que chegou a se aconselhar com a psicóloga de plantão, mas disse que não foi orientada a registrar denúncia. A profissional não foi identificada.
No boletim de ocorrência, registrado na terça-feira (23), a vítima afirmou que a última vez em que foi atendida pelo médico foi no dia 15 de junho, quando entrou sozinha no consultório e que o médico a teria reconhecido de outras três consultas anteriores.
A mulher relata que começou a falar com o profissional de saúde, para que fornecesse um laudo médico visando tratar as dores do estômago que vinha sentindo em outra unidade de saúde. Nesse momento, segundo o documento, o médico teria colocado o pênis para fora, trancado a porta, a forçado a praticar sexo oral e a ameaçado para não gritar por ajuda.
A vítima conta que o médico se masturbou e, quando saiu para se limpar, ela teria fugido da sala. Do lado de fora, alega que já não havia nenhuma paciente aguardando e que correu da unidade de saúde, pedindo ajuda à família quando chegou em casa.
Polícia busca outras vítimas
Segundo o delegado regional de Imperatriz, Alex Coelho, testemunhas e suspeitos foram ouvidos hoje (26). “Tem várias diligências a se fazer ainda nesse procedimento”, afirmou, em entrevista à TV Mirante, afiliada à Rede Globo.
“É uma investigação com uma certa complexidade. A gente tem um prazo de 30 dias para apurar, considerando que se trata de investigado que ainda está solto. A gente vai apurar se tem outras vítimas”, disse Coelho.
“Se existirem outras vítimas, peço que procurem a delegacia, a Delegacia da Mulher ou a Delegacia Regional. Venham falar comigo ou com os servidores da Delegacia da Mulher. Isso é muito importante para que a gente possa coibir essas práticas”.
Em nota encaminhada à imprensa, a prefeitura diz que está apurando a ocorrência. O Executivo de Imperatriz também abriu um processo administrativo e afirma que afastou o servidor do cargo.