O soldado José Carlos Bahia, 31, da Polícia Militar do Maranhão (PM-MA), morreu nesta quinta-feira (10), após 13 dias internado em uma UTI. Segundo as entidades que acompanham o caso, o militar teve duas paradas cardíacas na madrugada e morreu às 6h38.

Ele havia tentado suicídio no último dia 29 de julho após denunciar ter sido vítima de agressão e homofobia por parte de colegas militares de Açailândia (MA). O caso está sendo investigado pela polícia e pelo Ministério Público do Maranhão (MP-MA).

O PM denunciou em junho que foi vítima de homofobia e agressão praticadas por colegas militares superiores. E afirmou que não houve resposta efetiva do comando para protegê-lo, segundo o boletim de ocorrência.

O soldado relatou que teve a casa invadida por integrantes do 26º Batalhão da PM e foi detido, entre a noite do dia 26 e a madrugada de 27 de junho. Conforme o relato, os militares chegaram em uma viatura com a sirene ligada por volta das 23h30.

José Carlos chegou a afirmar que seus colegas PMs disseram que ele estava preso porque havia abandonado o posto de serviço. O soldado explicou que deixou o batalhão (como fez outro colega) porque o local estava abrigando outros militares e servidores do Ibama, e que por isso não haveria local para alojar a todos. Ele contou que foi arrastado e levado para fora de casa, quando estava apenas de toalha. Mesmo não tendo reagido, a agressão deixou o militar com hematomas.

A casa de José Carlos foi inteiramente revistada, momento em que ele ouviu ofensas homofóbicas. Segundo ele ainda em vida, um policial que estava na equipe disse que ele teria deixado o trabalho porque estava indo ao encontro de seu companheiro ou “de outro macho”.

O militar chegou a escrever um carta pedindo ajuda e relatando o caso avançado de sua depressão, mas foi ignorado pela alta cúpula da Polícia Militar do Maranhão.