As perdas com o acidente envolvendo um navio contratado pela Vale que teve de ser encalhado no litoral do Maranhão pode chegar a R$ 1 bilhão. De acordo com uma fonte do setor, ouvida pelo Jornal O Globo, o valor não inclui os prejuízos financeiros com um possível desastre ambiental.
A embarcação, operada pela empresa sul-coreana Polaris, estava carregada com cerca de 300 mil toneladas de minério de ferro e quatro mil toneladas de óleo combustível (bunker). O navio, do tipo valemax, chamado de supernavio, sofreu uma avaria na proa após deixar o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís, na capital do Maranhão.
O problema ocorreu fora do canal de acesso ao porto, a 100 quilômetros da costa. Segundo fontes, a embarcação corre o risco de afundar.
Desde quarta-feira, a Marinha já detectou a presença de manchas de óleo no mar. Quatro rebocadores se deslocaram em direção ao navio para coletar mais informações, disse a Marinha, que instaurou inquérito administrativo para apurar causas, circunstâncias e responsabilidades do incidente.
– Se não houver um acidente ou catástrofe ambiental, o custo é de mais de R$ 1 bilhão. Tudo vai depender dos fatores que serão trabalhados. O mais caro é o que se refere à salvatagem da embarcação. O custo de um rebocador é um valor numa operação normal. Em uma salvatagem é outro, pois eles ficam dias e mais dias ali, podem trabalhar sobre esforços extremos etc – disse essa fonte.
A embarcação, operada pela empresa sul-coreana Polaris, tinha como destino Quingdao, na China, principal comprador da commodity da Vale. Para problemas como o ocorrido, é feito um seguro específico, como o chamado P&I (Protection and indemnity insurance).
-Um dos problemas que estão sendo investigados é que o uso do prático em parte do porto é facultativo. Isso deve ser reavaliado – afirmou uma outra fonte.
Com isso, está sendo investigado se uma falha humana teria sido a causa principal para a avaria na proa da embarcação. Mas falha no equipamento ainda não foi descartada, disse essa outa fonte.
Procurada, a Vale ainda não comentou. Ontem, a companhia disse que “está atuando com suporte técnico-operacional, com o envio de rebocadores, e colaborando com as autoridades marítimas”.