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Maranhão

PF realiza nova operação contra gestão da irmã do ministro Juscelino Filho no Maranhão por desvio na saúde

Redação

PF realiza nova operação contra gestão da irmã do ministro Juscelino Filho no Maranhão por desvio na saúde

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (18), a Operação Hygeia, com o objetivo de apurar desvios de recursos federais destinados à área da saúde do município de Vitorino Freire (MA), que tem como prefeita, Luanna Rezende, irmã do ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil).

A investigação identificou a atuação de grupo criminoso responsável pela inserção de dados falsos nos sistemas do Ministério da Saúde, visando o aumento dos repasses federais decorrentes de emendas parlamentares, notadamente do tipo RP9, conhecidas como “Orçamento Secreto”.

Com a fraude, a produção ambulatorial do município alcançou o valor per capita de R$ 1.057,00, enquanto a média nacional foi de apenas R$ 164,77. Tal discrepância foi ocasionada, principalmente, pelo registro de 800.408 consultas médicas somente no ano de 2021.

Na ação de hoje, policiais federais cumprem, nas cidades de São Luís (MA) e Belém (PA), 2 mandados de busca e apreensão expedidos pela Subseção Judiciária de Bacabal.

A Justiça Federal também determinou o sequestro e bloqueio de bens e valores dos investigados até o limite de R$ 4.566.983,99, a suspensão do exercício de função pública ao servidor municipal e a suspensão do direito de participar de licitações e contratar com órgãos públicos ao empresário investigado e sua empresa.

Apuram-se, no caso, as possíveis práticas dos crimes de inserção de dados falsos em sistema de informação, fraude licitatória, superfaturamento contratual e peculato.

O nome da operação faz referência à deusa da preservação da saúde na mitologia grega, pois, considerando os dados adulterados em Vitorino Freire, cada morador teria realizado 25 consultas apenas no ano de 2021, patamar muito superior à média sugerida pelo próprio Ministério da Saúde, que é de 2 a 3 consultas por ano.

As investigações prosseguem com a análise do material apreendido na presente data.

Em 2023, a gestão de Luanna Rezende foi alvo de outra operação da PF, contra supostos desvios na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Na época ela afastada do cargo por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso.