O médico Erivelton Teixeira Neves, atual prefeito de Carolina (MA), está sendo acusado na Justiça de praticar um aborto ilegal, sem o consentimento da vítima — com quem ele tinha um relacionamento. Conforme matéria exibida pelo Fantástico, nesse domingo (7), o procedimento aconteceu em um motel.
A vítima disse à reportagem que caiu em uma armadilha. Seis anos depois dos fatos, Erivelton Teixeira agora é réu. O ato aconteceu em 2017, em um encontro do casal ocorrido na cidade de Augustinópolis (TO). Foi em um motel que eles se encontraram após saberem que seriam pais.
Realizar o exame de ultrassom foi apenas uma desculpa para atrair a mulher para uma armadilha. Conforme o Ministério Público do Tocantins, o que aconteceu depois foi um aborto, sem o consentimento da gestante.
A vítima levou nove meses para registrar um boletim de ocorrência. Segundo o documento, Erivelton Teixeira a teria sedado com o pretexto de que ia fazer um exame de sangue. Ela conta que a primeira dose de sedativo não fez efeito, e que o prefeito inventou que o sangue tirado não tinha sido suficiente.
“Na segunda vez foi horrível. Eu senti como se minha garganta fechasse ou alguém me apertasse. E eu olhei para ele e falei: ‘Eu não estou me sentindo bem’. Foi quando eu olhei para ele e já via tudo embaçado”, disse.
A polícia acredita que o prefeito tenha realizado ele mesmo o aborto no motel. “Não houve qualquer divergência entre as testemunhas. Não há, por parte da Polícia Civil, dúvida de que aconteceu ali um aborto”, destacou a delegada Daniela Caldas.
AJUDA DE VEREADOR
Segundo matéria exibida no Fantástico, outro suspeito de ter participado do crime é o vereador Lindomar da Silva Nascimento, que era o motorista de Erivelton Teixeira na época.
Em nota, a defesa de Erivelton Teixeira e de Lindomar Nascimento alega que seus clientes não foram notificados da ação penal e que tem total confiança em um veredito justo.
Nem o Conselho Regional de Medicina do Maranhão nem o do Tocantins têm registro de Erivelton Teixeira como obstetra. Nenhuma das entidades quis comentar as denúncias contra os suspeitos.