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Produtores de Hollywood acompanham resgate na Tailândia — e já miram filme

Junior Castro

Produtores de Hollywood acompanham resgate na Tailândia — e já miram filme
A foto da Marinha Real Tailandesa mostra um grupo de mergulhadores na caverna de Tham Luang durante as operações de resgate dos doze meninos e seu treinador presos após uma enchente, no distrito de Mae Sai, província de Chiang Rai, na Tailândia – 07/07/2018 (Marinha Real Tailandesa/AFP)

O resgate arriscado do time de futebol de meninos tailandeses e seu técnico de um complexo de cavernas inundado pode estar a caminho das telas de cinema. Mergulhadores libertaram os últimos quatro dos doze garotos presos em uma caverna nesta terça-feira, encerrando uma missão perigosa que manteve o mundo sob expectativa por mais de duas semanas.

A saga lembra o resgate de 33 mineiros chilenos que ficaram presos por 69 dias em 2010, acontecimento que foi transformado no filme Os 33, de 2015, estrelado por Antonio Banderas. “Como o resgate chileno, o drama tailandês representa a coragem da vida real diante de circunstâncias angustiantes”, disse Mike Medavoy, produtor de Os 33 indicado ao Oscar. “É provável que a saga vire um filme ou série de TV em algum momento”, disse.

Produtores da Pure Flix, estúdio especializado em filmes cristãos e para a família, estão na Tailândia acompanhando o processo de resgate e já entrevistando pessoas envolvidas. “Vejo-o com um grande filme de Hollywood com astros de primeira”, disse Michael Scott, sócio-diretor da produtora, à rede de notícias australiana AAP.

O esforço para retirar os meninos e seu treinador se transformou em uma corrida contra o relógio devido à expectativa de chuvas fortes que ameaçavam inundar os túneis, o que aumentou o suspense. “É uma combinação de grande risco e grande heroísmo”, disse a agente literária Judi Farkas, que representou o autor Antonio Mendez na venda dos direitos de seu livro Argo para o filme de mesmo nome, que rendeu um Oscar ao diretor, Ben Affleck.

Mas a transposição do drama tailandês para as telas enfrenta alguns obstáculos. Primeiramente, os cineastas precisariam obter a autorização das famílias de cada um dos garotos, do técnico e de qualquer um dos agentes de resgate que queiram retratar para ter seus relatos pessoais sobre o que ocorreu. A idade dos meninos varia entre 11 e 16 anos.

E reproduzir o resgate na tela pode sair caro. Medavoy disse que um filme custaria menos do que Os 33 porque filmar na Tailândia é mais barato — mas os cineastas teriam um desafio a mais pelo fato de as cenas de resgate acontecerem em águas turvas, o que não foi um fator na produção chilena.