O empresário maranhense Eduardo José Barros Costa, mais conhecido como Eduardo DP ou Eduardo Imperador, e sua mulher Larissa agitaram as ruas de Dom Pedro (MA), cidade natal do empresário, e de Codó, a cerca de 100 km dali, com o “Bloquinho do DP”. O evento reuniu atrações locais como a banda Mix In Brazil e os cantores Avine Vinny e Átila Pivete.
Desde 2023, Eduardo DP foi preso duas vezes por suspeitas de corrupção envolvendo emendas parlamentares. Agora, ele quer lançar sua mulher e o irmão à disputa por vagas na Câmara dos Deputados em 2026.
A pré-candidatura da mulher, Larissa, já foi oficializada no fim do ano passado, enquanto a do irmão, Rômulo, ainda segue nos bastidores. No último sábado, a pré-candidatura de Larissa foi celebrada no bloco de carnaval do empresário.
Em Dom Pedro e Codó, região de Eduardo DP, a candidatura da mulher dele, Larissa DP, à Câmara dos Deputados em 2026 já é tratada abertamente. “Meu pai me ensinou que quem chega cedo no açude bebe água limpa. Por isso estou anunciando que minha esposa é pré-candidata a deputada federal. Assim meus amigos não terão desculpa de dizer que não foram avisados com antecedência”, disse o empresário ao blog do jornalista Marco Silva no fim do ano passado.
Segundo políticos da região, além da candidatura de Larissa, Eduardo DP também pode lançar o irmão, Rômulo César Barros Costa, para a Câmara. No caso dele, porém, a candidatura seria pelo Estado do Tocantins. Nem Larissa e nem Rômulo têm partido definido até o momento, e o provável é que deixem a decisão para o mais tarde possível, segundo a imprensa maranhense.
A família de Eduardo DP tem história na política maranhense. A mãe dele, Maria Arlene Barros, foi prefeita da cidade de Dom Pedro de 2009 a 2012 – ela tentou a reeleição, mas acabou derrotada. Segundo o Ministério Público Federal, Eduardo DP é sócio oculto da empreiteira Construnorte, e também agia como “conhecido agiota”, financiando campanhas de políticos no Maranhão. O Ministério Público também acusa o empresário de ter três CPFs, dois registros de identidade, duas certidões de nascimento e dois títulos de eleitor.
Empresa em nome de laranjas e duas prisões
Segundo as investigações, DP costumava emprestar dinheiro a candidatos nas eleições, e depois vencia contratos com prefeituras locais, inclusive usando empresas registradas em nome de familiares. Uma dessas empresas, a Construservice, não está registrada no nome de Eduardo – mas para o Ministério Público, Eduardo é o sócio oculto. Um dos indícios disso é o fato de que é o celular de Eduardo que está registrado para movimentar a conta da empresa no Banco do Brasil.
Desde 2020, a Construservice multiplicou o valor recebido em obras custeadas por emendas parlamentares. Em 20 de julho de 2022, Eduardo DP foi preso na operação Odoacro, da Polícia Federal, que investigou possíveis desvios de verbas de emendas parlamentares na Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf) do Maranhão. Na ocasião, Eduardo DP foi preso com R$ 1,3 milhão em dinheiro vivo. De acordo com a PF, ele liderava um esquema de fraude em licitações da Codevasf, para garantir a vitória da Construservice. O empresário foi solto cinco dias depois, mediante o pagamento de fiança de R$ 121 mil.
Em 1º de setembro de 2023, Eduardo DP voltou a ser preso pela PF, desta vez na Operação Benesse, que tinha como alvo a prefeita de Vitorino Freire (MA), Luanna Rezende. Ela é irmã do atual ministro das Comunicações, Juscelino Filho, e acabou afastada do cargo na ocasião, retornando depois ao cargo. Assim como na primeira detenção, Eduardo DP acabou solto dias depois. A operação mirava o possível desvio de verbas públicas por meio de emendas feitas pelo ministro quando ainda exercia o cargo de deputado federal. Juscelino Filho destinou verbas para o asfaltamento de estradas que atendem às fazendas de sua família. O caso foi revelado em reportagem do Estadão, na época.