Artigo publicado no fim de semana pelo ex-presidente José Sarney no site “Os Divergentes” reabriu a velha polêmica entre Maranhão e Pará sobre o escoamento do minério de Carajás. A título de reminiscência, Sarney celebra vitória pessoal na verdadeira guerra entre os Estados. Como o Pará não tinha porto com calado necessário para escoar o minério de ferro, defendia o uso da via fluvial. “Foi aí que o Maranhão entrou na história oferecendo a solução ferroviária da construção da Estrada de Ferro de Carajás até Itaqui, porto que teria capacidade de receber graneleiros de até 400.000 toneladas, o que acontece hoje”, escreveu.
PORTO
O imortal da Academia Brasileira de Letras rememora reunião de bancadas com o então presidente Médici. Na ocasião, o deputado paraense Epílogo de Campos defendeu que o Pará tinha direito. “Direito tem, o que não tem é porto”, teria dito Médici. Em seguida, revela o pulo do gato: construiu Itaqui já de olho no escoamento da produção de Carajás. “Para isso lutei com todas as forças, tendo o apoio decisivo do ministro Andreazza, do presidente da Vale, Eliezer Batista e de Vicente Fialho”, detalha. “Foi uma guerra. Lutei e finalmente vencemos. O Maranhão conquistou Carajás”.
CÍRIO
No artigo Sarney conta ainda que veio a Belém logo após a decisão do governo falar na Associação Comercial, a fim de pacificar a situação. Conta que um de seus auxiliares ouvira conversa de dois empresários paraenses. “O Sarney, com essa conversa, se não abrirmos os olhos, termina levando o Círio de Belém para S. Luís”, teria dito um dos interlocutores. Por fim, declara apreço ao Pará, que, segundo ele, lucrou também com o empreendimento. Não mais que o Maranhão, que, sem Carajás, não teria as perspectivas que hoje tem – 3º porto do Brasil. Do jornal Diário Online