A Prefeitura de São Luís através da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos – SEMOSP, gerida pelo secretário David Murad Col Debella, contratou sem licitação e por R$ 13 milhões, a empresa FM Rodrigues que protagonizou um dos mais escandalosos de corrupção e fraude em licitação dos últimos anos, ao utilizar vantagens ilícitas para assumir a PPP (parceria público-privada) de iluminação pública da cidade de São Paulo em 2018. O contrato na prefeitura paulista renderia à empresa a quantia de 6,9 bilhões de reais.
A fraude veio a tona, após a divulgação de gravações de conversas sobre a licitação bilionária reveladas pela rádio CBN e pela Record e obtidas pela Folha de S. Paulo na época, e derrubou a diretora do Ilume (Departamento de Iluminação Pública da capital paulista), Denise Abreu, que chegou a citar o pagamento de propina milionária, durante as conversas.
As conversas revelaram a preferência da então diretora por uma das concorrentes e posteriormente vencedora da disputa, a FM Rodrigues. A empresa conquistou o contrato bilionário devido à desabilitação do consórcio concorrente, o Walks, formado pela Quaatro Participações, WPR (subsidiária do grupo WTorre, de Walter Torre), e KS Brasil Led Holdings. A desclassificação das empresas concorrentes da FM Rodrigues, segundo as investigações, teve a participação de subordinados de Denise Abreu, ligados à comissão de licitação paulistana, na época.
Logo após o anúncio da desclassificação, o grupo Walks acionou a Justiça para tentar barrar o contrato e entrou com uma representação no Ministério Público. Mesmo diante de todo escândalo de corrupção e da briga judicial entre as empresas pelo contrato bilionário, a Prefeitura de São Paulo realizou um contrato emergencial com a prestadora FM Rodrigues, usando como justificativa que a prestação do serviço, era essencial e não poderia ser interrompido.
MAS QUAL A RELAÇÃO DISSO TUDO COM O CONTRATO DA FM RODRIGUES EM SÃO LUÍS?
Em São Luís a história parece se repetir a mesma de SP, a disputa por um contrato de R$ 64 milhões, envolvendo a FM Rodrigues e outras empresas, foi parar no Tribunal de Contas do Estado do Maranhão (TCE-MA) e o certame foi suspenso na fase em que se encontra .
A decisão acolheu a representação da empresa E.I.P. Serviços de Iluminação Ltda, na qual relatou supostas irregularidades no edital da concorrência nº 005/2023 para gerenciamento integral do parque de iluminação pública de São Luís no valor estimado de R$ 64.856.846,28 milhões. Há indícios que o contrato milionário estaria sendo direcionado para a FM Rodrigues.
Mesmo diante de tudo isso, a Prefeitura de São Luís contratou de forma emergencial a empresa FM Rodrigues. O valor total do contrato é de R$ 13.108.404,19 e é válido por seis meses.